domingo, 20 de janeiro de 2008

"Encontros e despedidas"


" Encontros e despedidas"

(Milton Nascimento Fernando Brant)


Mande notícias do mundo de lá
diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
quando quero
Todos os dias é um vai e vem
a vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
são só dois lados
da mesma viagem
O trem que chega
é o mesmo trem da partida
A hora do encontro
é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar
é a vida desse meu lugar
é a vida...


Bom, já começo roubando do Miltão e do Fernando Brant o título da minha 1ª postagem.


Isso se deve pelo fato de eu ter ido ao aeroporto de Congonhas buscar a minha mãe que havia chegado de viagem. Como sou uma pessoa que fica muito atenta com o comportamento das pessoas, me deparei com dois casos extremos de como um lugar desses apresenta todo o tipo de situações.


Como a música acima fala, na "plataforma da estação" vemos todos os tipos de casos. Pessoas que viajam a negócios, a lazer, ou por algum imprevisto tão normal na nossa vida.


Daí vai um caso: vi no termina de desembarque um pai e sua filha, de uns 3 anos, aproximadamente, à espera da sua mãe, que chegaria de viagem alguns minutos depois. Recebida a informação de que o vôo pousara sem problemas, os dois avistaram a mãe desde antes dela passar pelo portão de desembarque. Me deparei com uma cena muito familiar para mim há alguns anos atrás. A menina saiu correndo e foi ao encontro da mãe, deu um abraço tão gostoso e apertado e falou olhando dentro do olho da mãe: "mãe, eu tava morrendo de saudades de você"!


Impossível não se emocionar perante uma situação dessas. a mãe, é claro, se debulhou em lágrimas, e eu quase, porque eu passei muito por isso na minha infância. Meu pai sempre viajou muito, e quem passou por isso, sabe quantas saudades a gente fica quando o pai ou a mãe ficam longe da gente.


Passado o abraço gostoso, e o beijo caloroso no marido, a família seguiu a sua vida. Nem comentei com meu pai e a minha irmã que estavam junto comigo, pois sou sempre motivo de chacota por ser a "manteiga derretida" da família.


Mas nem 2 minutos depois, presenciei uma cena que me dá um nó na gartanta só de lembrar. Um senhor, de aproximadanente uns 50 anos chegou só com a roupa do corpo. Logo após sua chegada, ele foi recepcionado pelo seu filho, aliás nem sei se era filho dele, mas parecia ser. Os dois ao se verem, deram um longo abraço e choraram um choro cheio de dor e tristeza.


Não sei porque eles estavam chorando, mas provavelmente eles perderam algum ente querido, pois o restante da família aparaceu, repetindo a mesma cena, abraço e choro...nenhuma palavra, só dor e tristeza nos olhos deles. E como a família anterior saíram e continuaram a vida...


É engraçado como quem estava lá, não ficou chocado como eu fiquei, talvez nem emocionado com o reencontro da mãe com a filha, nem da família que chorava por alguém que se foi. A gente anda muito preocupado a nossa vida e deixamos de aprender lições valiosas de como valorizá-la.


Fica aí o meu recado!


Viva as coisas boas, e que as coisas ruins nos sirvam de lição para nos tormarmos melhores!


Um abração!

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