segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Rivalidade ou puro marketing? Brasil x Argentina



Por que eu resolvi levantar essa lebre? Justo eu que me divirto a beça com os tombos que nossos hermanos levam no esporte!

Pura e simplesmente porque essa rivalidade já não anda tão forte como antigamente.


Vemos hoje, um futebol cada dia mais globalizado. Já falei disso antes, mas nunca acharíamos que um dia veríamos argentinos de renome (não veteranos) jogando no Brasil. Nem que um dia admiraríamos eles tanto como os craques brazucas. Dos célebres álbuns de figurinhas ás comunidades do Orkut "eu sou fã do Messi", do Riquelme ou do D' Alessandro, os craques argentinos cada dia caem mais no gosto dos brasileiros, aliás, do mundo inteiro.

Isso graças a uma geração mais nova, que não torce mais só para o São Paulo ou Flamengo, Internacional ou Cruzeiro.

Muitos até sem nem saber como se pronuncia direito soltam assim: "eu torço pro Manchester", ou quando a gente pergunta qual é seu jogador preferido a gente ouve: "Ibrahimovic". hehehe

Justiça seja feita, europeus dão um baile nos americanos (incluindo nós) no que diz respeito a organização no futebol. A começar pelos times, que investem horrores em superestrelas que podem ajudar (ou não) sua equipe a conquistar algum título. Mas comcerteza aumentam as receitas do clube que tem retorno de cada milhão de euro investido no cara.

Fora, os estádios lindos, as torcidas apaixonadas que lotam as arenas, e toda a publicidade que gira em torno desse "business" que é o futebol.

Por isso eu pergunto: Será que brasileiros e argentinos ainda tem toda essa rivalidade? Observei num canal de tv a cabo latino americano que a campanha da Gillete veicula em quase todos os países com seus 4 "prodígios" do esporte: Roger Federer (tênis), Tiger Woods (golf), Tierry Henry e Kaká (futebol). Vi várias e várias versões dessa propaganda, até mesmo européias, com esse "line-up" de garotos-propaganda. Mas adivinha aonde a propaganda é diferente? Na Argentina.

Ao invés de colocarem o Kaká, apareceu Lio Messi na propaganda. Espanto? Não para mim, pois essa rivalidade é muito alimentada por colegas publicitários dos 2 países, que na minha opinião, são os países mais criativos no que diz respeiro a propaganda mundial.

Daí eu me pergunto: será que na propaganda da Espanha, aparece o Nadal ao invés do Federer? Ou que na versão italiana, Henry é trocado pelo Luca Toni ou pelo Del Piero? Fica a pergunta.

O papo está ficando extenso mas vale a reflexão: essa rivalidade está se acabando ou ainda vamos lembrar que ganhar da Argentina é bom até no par ou ímpar?

Não sei dizer, mas admiro muito nosso país vizinho. Abraço a todos.

domingo, 21 de setembro de 2008

20 de Setembro: Revolução Farroupilha


"...Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra..."

Pra quem não sabe, sou gaúcho, embora more há 8 anos em Mogi das Cruzes, tenho muito orgulho do lugar onde nasci.

E hoje, me lembrei que estamos numa data muito especial para a gauchada. O 20 de setembro, data em que comemoramos a Revolução Farroupilha.

E em homenagem a essa data, publico um texto que recebi do meu chefe/conterrâneo, escrito por ele, cadeira cativa do Blog do Rodorfo: Arnaldo Jabor.

Só pra confirmar: gaúchos não são bairristas, mas temos sim muito orgulho da nossa terra.

Então leiam o que foi escrito por ele a respeito do RS.
HOJE, 20 DE SETEMBRO, DIA DO GAÚCHO.
(Criticados por alguns, mas admirado por todos).

O RIO GRANDE DO SUL - Arnaldo Jabor


O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos
passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'.
Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'.
Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'.
Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'.
Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto!
Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'.
Do ressentimento passivo à participação ativa'.
Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou.
Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa.
Abriram com o Hino Nacional.
Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra!
'Como a aurora precursora /do farol da divindade, /foi o vinte de setembro /o precursor da
liberdade '.
Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão.
Com garrafa de água quente e tudo.
E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem.
E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem.
Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.
Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'.
Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo.
Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é...
Foi então que me deu um estalo.
Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa?
De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil?
De São Paulo é que não será.
Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo.
Os paulistas perderam a capacidade de mobilização.
Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção.
São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'.
Cada um por si e o todo que se dane.
E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.
Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'.
A mesma que eu vi em Porto Alegre.
Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira.
Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo.
Que venham, pois.
Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda:
'...Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra...'
Arnaldo Jabor


HINO DO RIO GRANDE DO SUL

Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o vinte de setembro
o precursor da liberdade.

Mostramos valor, constância
nesta ímpia e injusta guerra;
sirvam as nossas façanhas
de modelo a toda a terra.

Entre nós revive Atenas
para assombro dos tiranos;
sejamos gregos na glória,
e na virtude, romanos.

Mas não basta ser livre
ser forte, aguerrido e bravo
o povo que não tem virtude,
acaba por ser escravo.